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sexta-feira, 29 de abril de 2011

A Grande Educadora - (BALADA AOS QUE SOFREM)

José Herculano Pires

Chama-se Dor.

Revela-se na desventura do amante, na desolação da orfandade, na angústia da miséria, no alquebramento da saúde, no esquife do ser querido que se foi deixando atrás de si a lágrima e o luto, no opróbrio da desonra, na humilhação do cárcere, no aviltamento dos prostíbulos, na tragédia dos cadafalsos, na insatisfação dos ideais, na tortura das impossibilidades – no acervo das desilusões contra que se confunde e se decepciona o coração da Humanidade.

Não obstante, a Dor é a grande amiga a zelar pela espécie humana, junto dela exercendo missão elevada e santa.

Estendendo sobre as criaturas suas asas, úmidas sempre do orvalho regenerador das lágrimas, a Dor corrige, educa, aperfeiçoa, exalta, redime e glorifica o sentimento humano a cada vibração que lhe extrai através do sofrimento.

O diamante escravizado em sua ganga sofre inimagináveis dilacerações sob o buril do lapidário até poder ostentar toda a real pureza do grande valor que encerra. Assim também será a nossa alma, que precisará provar o amargor das desventuras para se recobrir dos esplendores das virtudes imortais cujos germens o Sempiterno lhe decalcou no ser desde os longínquos dias do seu princípio!

A alma humana é o diamante raro que a Natureza – Deus – criou para, por si mesmo, aperfeiçoar-se no desdobrar dos milênios, até atingir a plenitude do inimaginável valor que representa, como imagem e semelhança dAquele mesmo Foco que a concebeu. Mas o diamante – Homem – acha-se envolvido das brutezas das paixões inferiores. É um diamante bruto! Chega o dia, porém, em que os germes da imortalidade, nele decalcados, se revolucionam nos refolhos da sua consciência, nele palpitando, então, as ânsias por aquela perfeição que o aguarda, num destino glorificador: - Foi criado para as belezas do Espírito e vê-se bruto o inferior! Destinado a fulgir nos mostruários de esferas redimidas, reconhece-se imperfeito e tardo nas sombras da matéria! Sonha com a sublimização das alegrias em pátrias divinais, onde suas ânsias pelo ideal serão plenamente saciadas, mas se confessa verme, porquanto não aprendeu ainda sequer a dominar os instintos primitivos!

Então o diamante – Homem – inicia, por sua vontade própria, a trajetória indispensável do aperfeiçoamento dos valores que consigo traz em estado ignorado, e entra a sacudir de si a crosta das paixões que o entravam e entenebrecem.

E essa marcha para o Melhor, essa trajetória para o Alto denomina-se Evolução!

A luta, então, apresenta-se rude! É dolorosa, e lenta, e fatigante, e terrível! Dele requer todas as reservas de energias morais, físicas e mentais. Dilacera-lhe o coração, tortura-lhe a alma, e o martirológico, quase sempre, segue com ele, rondando-lhe os passos!

Mas seu destino é imortal, e ele prossegue!

E prosseguindo, vence!...

Então, já não é o bruto de antanho...

O diamante tornou-se jóia preciosa e refulge agora, pleno de méritos e satisfações eternas, nos grandes mostruários da Espiritualidade – esferas de luz que bordam o infinito do Eterno Artista, que é Deus!

A Dor, pois, é para o Espírito humano o que o Sol é para as trevas da noite tempestuosa: - Ressurreição! Porque, se este aclara os horizontes da Terra, levantando com seu brilho majestoso o esplendor da Natureza, aquela desenvolve em nosso ego os magnificentes dons que nele jaziam ignorados: - fecunda a inteligência, depurando o sentimento sob as lições da experiência, educando o caráter, dignificando, elevando, num progredir constante, todo o ser daquele em quem se faz vibrar, tal como o Sol, que vivifica e benfaz as regiões em que se mostra.

A Dor é o Sol da Alma...

A criatura que ainda não sofreu convenientemente carrega em si como que a aridez que desola os pólos glaciais e, como estes, é inacessível às elevadas manifestações do Bem, isto é, às qualidades redentoras que a Dor produz. Nada possuirá para oferecer aos que se lhe aproximam pelos caminhos da existência senão a indiferença que em seu ser se alastra, pois que é na desventura que se aprende a comungar com o Bem, e não pode saber senti-lo quem não teve ainda as fibras da alma tangidas pela inspiração da Dor!

O orgulho e o egoísmo, cancerosas chagas que corrompem as belas tendências do Espírito para os surtos evolutivos que o levarão a redimir-se; as vaidades perturbadoras do senso, as ambições desmedidas, funestas, que não raro arrastam o homem a irremediáveis, precipitosas situações; as torpes paixões que tudo arrebatam e tudo ferem e tudo esmagam na sua voragem avassaladora que infestam a alma humana, inferiorizando-a ao nível da brutalidade, e os quais a Dor, ferindo, cerceia, para implantar depois os fachos imortais de virtudes tais como a humildade, a fé, o desinteresse, a tolerância, a paciência, a prudência, a discrição, o senso do dever e da justiça, os dons do amor e da fraternidade e até os impulsos da abnegação e do sacrifício pelo bem alheio – remanescentes daquelas mesmas sublimes virtudes que de Jesus Nazareno fizeram o mensageiro do Eterno!

Ela, a Dor, é o maior agente do Sempiterno na obra gigantesca da regeneração humana! É a retorta de onde o Sentimento sairá purificado dos vírus maléficos que o infelicitam! Quanto maior o seu jugo, mais benefícios concederá ao nosso ego – tal como o diamante, que mais cintila, alindado, quanto maior for o número dos golpes que lhe talharem as facetas! É a incorruptível amiga e protetora da espécie humana:- zelando pela sua elevação espiritual, inspirando nobres e fraternas virtudes! Ela é quem, no Além-Túmulo, nos leva a meditar, através da experiência, produzindo em nosso ser a ciência de nós mesmos, o critério indispensável para as conquistas do futuro, de que hauriremos reabilitação para a consciência conturbada. É quem, a par do Amor, impele as criaturas à comiseração pelos demais sofredores, e a comiseração é o sentimento que arrasta à Beneficiência. E é ainda ela mesma que nos enternece o coração, fazendo-nos avaliar pelo nosso o infortúnio alheio, predispondo-nos aos rasgos de proteção e bondade; e proteger os infelizes é amar o próximo, enquanto que amar o próximo é amar a Deus, pautando-se pela suprema lei recomendada no Decálogo e exemplificada pelo Divino Mestre!

Por isso mesmo, o coração que sofre não é desgraçado, mas sim venturoso, porque renasce para as auroras da Perfeição, marcha para o destino glorioso, para a comunhão com o Criador Onipotente! Prisioneiro do atraso, o homem somente se desespera sob os embates da Dor porque não a pode compreender ainda. Ela, porém, é magnânima e não maléfica. Não é desventura, é necessidade. Não é desgraça, é progresso. Não é castigo, é lição. Não é aniquilamento, é experiência. Nem é martírio, mas prelúdio de redenção! Notai que – depois do sacrifício na Cruz do Calvário foi que Jesus se aureolou da glória que converterá os séculos:

- “Quando eu for suspenso, atrairei todos a mim”. – Ele próprio o confirmou, falando a seus discípulos.

Sob o seu ferrete é que nos voltamos para aquele misericordioso Pai que é o nosso último e seguro refúgio, a nossa consolação suprema!

As ilusões passageiras da Terra, os prazeres e as alegrias levianas que infestam o mundo, aviltando o sentimento de cada um, nunca fizeram de seus idólatras almas aclaradas pelas chamas do amor a Deus. É que – para levantar na aridez das nossas almas a pira redentora da Fé só há um elemento capaz, e esse elemento é a Dor! Ela, e só ela, é bastante poderosa para reconciliar os homens – filhos pródigos – com o seu Criador e Pai!

Seu concurso é, portanto, indispensável para nos aperfeiçoar o caráter, e inestimável é o seu valor educativo. Serena, vigilante, nobre heróica – ela é o infalível corretivo às ignomínias do coração humano!

Nada há mais belo e respeitável do que uma alma que se conservou serena e comedida em face do infortúnio. Palpita nessa alma a epopéia de todas as vitórias! Responde por um atestado de redenção! Seu triunfo, conquanto ignorado pelo mundo, repercutiu nas regiões felizes do Invisível, onde o comemoraram os santos, os mártires de todos os tempos, os gênios da sabedoria e do bem, almas redimidas e amigas que ali habitam, as quais, como todos os homens que viveram e vivem sobre a Terra, também conheceram as correções da Dor, ela é a lei que aciona a Humanidade nos caminhos para o Melhor até a Perfeição!

Ó almas que sofreis! Enxugai o vosso pranto, calai o vosso desespero! Amai antes a vossa Dor e dela fazei o trono da vossa Imortalidade, pois que, ao findar dessa trajatória de lágrimas a que as existências vos obrigam – é a glorificação eterna que recebereie por prêmio!

Salve, ó Dor bendita, nobre e fiel educadora do coração humano!

E glória ao Espiritismo, que nos veio demonstrar a redenção das almas através da Dor!


LÉON DENIS

(Mensagem recebida pela médium Yvone A. Pereira)

Revista Reformador – Fevereiro 1978

Transcrição de: Mônica Valéria Torres Trajano

Léon Denis, Um Nome Inesquecível

Domérico de Oliveira

Fixo os meus olhos no calendário sobre minha mesa. Hoje, dia 13 de abril de 2.000, exatamente, neste mesmo dia, ano de 1.927, na cidade de Tour, (França), aos 81 anos, desencarnava o nosso inesquecível Léon Denis. Podemos dizer que Léon Denis, contemporâneo de Kardec, foi o expoente máximo no campo da filosofia espírita. Além de possuir uma cultura multifária, dominava, com maestria, todos os seguimentos da nossa doutrina. Possuía um estilo poético ao escrever e valia-se de uma lógica tão profunda que os seus escritos, até hoje, inundam de luz os nossos caminhos.

Podemos colocar Léon Denis no mesmo plano do nosso mestre Kardec. Nestas circunstâncias, em sua homenagem, justa e merecida, vamos, á vol d’oiseau(1), traçar os seus dados biográficos. Para os amigos que já o conhecem, vamos recordar juntos, para os amigos que ainda não o conhecem, nesta oportunidade, vão ter o prazer de tomar conhecimento dos passos deste astro de primeira grandeza no cenário do Espiritismo.

Vejamos: Léon Denis, francês de nascimento, reencarnou em Foug no dia 1º de janeiro de 1.846. Descendente de uma família honrada, no entanto, muito pobre. Denis cursou apenas escolinha primária e daí por diante, amigo dos livros, passou a ser um autêntico autodidata.

Converteuse muito jovem à Doutrina Espírita. Para ajudar a família, desde menino, trabalhava em indústria delaminação, como operário, e, com os dedos feridos pela agressividade do trabalho, compulsava diariamente as páginas do “Livro dos Espíritos”.

Nunca se apartou deste livro que foi o seu farol de luz eterna, em toda sua existência. Pelo seu trabalho na divulgação da Doutrina que tanto o empolgou, pelo grande amor devotado ao próximo, foi cognominado - “Apóstolo do Espiritismo”.

Deixou inúmeras obras doutrinárias que, já decorrido mais de um século, permanecem, até hoje, como das mais atuais para o conhecimento do ser humano. Os livros de sua lavra, foram todos assinados somente por ele. Os biógrafos de Denis relembram que ele contou sempre com a assistência de dois eminentes mentores espirituais: Jerônimo de Praga e Joana D’Arc.

Léon Denis foi além de exímio escritor, também, emérito orador. Foi representante do Espiritismo em conferências, em congressos internacionais, em que fluía a sua oratória de grande tribuno, dando continuidade ao trabalho do seu amigo Kardec, como legítimo missionário do Espiritismo.

Oratória: “Nunca teve a humanidade mais necessidade de uma doutrina que a ampare e console nas horas trágicas. O Espiritismo oferece o seu raio de luz a todas as almas entenebrecidas pela tristeza e pelo desespero; ele derrama o bálsamo consolador sobre todas as feridas”.

Durante a sua existência, Léon Denis foi muito amado não só pelo povo da França, como também, pelos países irmãos e em especial pelo nosso Brasil. Foi grande amigo do nosso Dr. Bezerra de Menezes. Quando do falecimento do Dr. Bezerra de Menezes, em 11 de abril de 1900, Léon Denis assim se expressou:

“Sua morte é um luto não somente para o Brasil, mas para os espíritas do mundo inteiro”.

Os livros escritos por Denis levam a doutrina Kardequiana para os pontos mais longínquos. Nos seus livros magníficos, lemos e sentimos: do socialismo às questões científicas em que a dor humana se desenvolve; da procura da razão, da pergunta e da resposta de que cada um de nós precisa. Sim, meus amigos, Léon Denis foi um mundo. Um mundo de ensinamentos, um mundo de filosofia, filtrando as mais sábias lições para comandar a bússola dos nossos destinos.

Em 1.855, publicou o seu primeiro livro: “O Porque da Vida”; em 1.889, veio a lume: “Depois da Morte”; em 1.898, nasceu: “Cristianismo e Espiritismo”; em 1.903, publicou: “No Invisível”, (um verdadeiro tratado de mediunidade).

Depois sucessivamente: em 1.908, “O Problema do Ser, do Destino e da Dor”; em 1.910, “Joana D’Arc, Médium”; em 1.911, “O Grande Enigma”; em 1.919, “O Mundo Invisível”; E, Sua última obra: “Catecismo Espírita”

Léon Denis foi, também, articulista da “Revista Espírita”, criada por Allan Kardec.

Após uma existência de rígida disciplina, de rígidos trabalhos, da mais reta conduta moral, Léon Denis veio a falecer no dia 13 de abril de 1.927, na cidade de Tours, (França), sua terra natal. Seus livros o tornaram imortal, não somente em língua francesa, bem como, transpondo fronteiras, aparecendo em outros países, em versões para outros idiomas.

Meus amigos, procuremos ler Denis, antes de tudo. Sabemos que a bibliografia espírita é vastíssima, mas, não podemos nos esquecer, em primeiro lugar, dos livros básicos, destacando-se as obras de Denis que aqui alinhamos.

Querido mestre Denis, archote que nos ilumina, receba as homenagem do movimento espírita. Ajude-nos a remover as pedras do caminho, para que as flores do bem possam germinar em todos os corações.

(1) - A vôo de pássaro - expressão francesa que é aplicada como “muito por alto”. (Nota da Redação)

(Publicado no Correio Fraterno do ABC Nº 357 de Outubro de 2000)

Léon Denis , Apóstolo do Espiritismo

Na história do espiritismo contam-se almas dotadas do mais puro amor e devotamento e cujo apostolado foi marcado não apenas por trabalhos notáveis, no terreno literário, mas por uma exemplificação vivencial extraordinária, por um espírito de propaganda inusitadamente ativo e eficiente.

Os velhos espíritas franceses ainda guardam a lembrança de um desses homens, até hoje venerado como um mestre inesquecível.

Qualquer pessoa identificada com a filosofia espírita conhece os nomes de Léon Denis, Gabriel Delanne e Henri Brun e sabem que, depois de Allan Kardec, são eles os primeiros autores que se devem ler, clássicos espíritas cuja inteligência contribuiu para dar à nova doutrina alicerces sólidos, admiravelmente poderosos e que permanecerão por muito tempo ainda capazes de levar aos pesquisadores dotados de boa vontade todas as garantias desejáveis a esclarecer-lhes a razão e amplificar-lhes a fé.

Nessa galeria admirável Léon Denis parece colocar-se em primeiro plano e pode-se, sem constrangimento, afirmar que foi o melhor discípulo e o mais perfeito prosseguidor da obra de Allan Kardec.

Escritor de talento notável, orador considerado sublime, homem do mais alto gabarito moral, Denis dedicou sua vida à propaganda do Espiritismo. Foi realmente um apóstolo no velho sentido que se dava à palavra, e sua obra, em conjunto, será um dia considerada filosoficamente de primeira ordem, grandiosa e passível de reter a atenção admirada de todos os pensadores e homens de boa vontade, libertos de sectarismos religiosos ou laicos.

Nenhum outro autor soube pôr em tão alto relevo a obra de Allan Kardec, nenhum mais eficazmente contribuiu para a difusão dessa obra, nenhum exibiu-a sob mais intensa luz, nenhum melhor aditou-a, explicou-a e pô-la ao alcance das massas populares sedentas de verdade e sempre curiosas de desvendar os grandes problemas da vida e da morte.

Nascido em Foug, perto de Toul (Mestre-et-Moselle), a 1º de janeiro de 1846, Denis desencarnou a 12 de abril de 1927 aos 81 anos. Residia em Tours, no departamento de Indre-et-Loire, no nº 19 da Place dês Arts, em uma grande casa de onde se via o rio Loire e suas ribeiras maravilhosas. Essa casa, entretanto por encontrar-se perto de uma ponte, foi destruída durante a guerra permanecendo em Tours apenas a residência onde, por muitos anos, na Place Prébends D’Oe, residiu na companhia de seus velhos pais. Foi entretanto na casa de Place dês Arts que Denis escreveu suas mias importantes páginas e onde também desencarnou, rodeado por fiéis amigos, entre eles Gaston Luce, seu biógrafo, e Mlle.Claire Baumard, autora de “Léon Denis na Intimidade”.

Léon Denis está enterrado no cemitério de Tours, onde viveu por mais de 60 anos. Conheceu Allan Kardec quando o mestre lionês visitou a cidade em 1867, em viagem de propaganda. Depois disso em Paris, visitou-o muitas vezes. Todavia Denis havia lido “O Livro dos Espíritos” quando contava 18 anos e era um simples operário. Prefaciando a biografia de Henri Sausse sobre Kardec, por sinal, seu derradeiro trabalho literário, ele conta: “Foi como uma iluminação súbita de todo o meu ser”.

Comentando a obra de Kardec, Denis tem esta frase lapidar: “A doutrina de Allan Kardec, é o resultado combinado dos conhecimentos de duas humanidades que se interpenetram, porém todas as duas imperfeitas e caminhando para a Verdade; ainda que superior a todos os sistemas, a todas as filosofias do passado, permanece aberta às retificações aos esclarecimentos do futuro”.

Eis aqui um ensinamento que vale bem a pena reter nesta hora em que vamos surgir, em meio à intolerância, à indiferença e aos sectarismos mais diversos, religiosos ou laicos, tantas hipóteses novas que pretendem se apoiar sobre a ciência e a razão para definir o psiquismo e as leis às quais ele obedece.

Léon Denis obedeceu durante toda a sua vida a tese espírita kardecista com o mesmo entusiasmo, com o mesmo fervor que dele fizeram um dos homens mais ouvidos de sua época em que, curiosamente, mais abundaram os negadores sistemáticos.

Para tornar suas palestras tão eficazes quanto possível, Denis distribuía uma brochura na qual, com simplicidade, explicava o que é o Espiritismo. Esse opúsculo tem por título “O porquê da vida” e é um hábil e curto resumo dos ensinamentos kardecistas. Mas o seu trabalho literário não se deteria aí. De sua pena saíra obras de indiscutível valor, tanto por sua forma literária quanto filosófica: “Depois da Morte”, “No Invisível”, “Espiritismo e Mediunidade”, “Cristianismo e Espiritismo”, “O Problema do Ser e do destino”, “O Grande Enigma”, “Deus e o Universo”, “Jeanne D’Arc Médium”, “O Mundo Invisível e a Guerra” e, por último, “O Gênio e o Mundo Invisível”.

Entre as simples brochuras contam-se ainda: “Por que a Vida?”, “O Lado de Lá da sobrevivência do Ser”, “O Espiritismo e o Clero Católico”, “Síntese Espiritualista” e “Espíritos e Médiuns”.

A obra “Depois da Morte”, foi lida por milhares de pessoas, ajudando a minorar as dores de uma humanidade dilacerada pela guerra. “Jeanne D’Arc Médium” foi traduzida para o inglês Sir Arthur Conan Doyle, com o qual se carteou. Os dois espíritas encontraram-se no Congresso Espírita de 1925, em Paris, que Denis presidiu com notável lucidez. Depois disso Doyle visitou-o em Tours. Denis teve por amigo um outro espírito de elite de seu tempo, Jean Jaurès, o socialista barbaramente assassinado às vésperas da guerra. Jaurès, além de político, era professor de filosofia e um espírito dotado de singular bondade, o que o aproximou de Denis. Este tributou-lhe toda uma série de artigos pela “Revue Spirite”, após o assassinato.

É curioso notar que em sua obra Denis continuamente chama a atenção para os perigos reais do Espiritismo mal compreendido, posto a serviço de fins ridículos ou de um comércio desonesto. Não se cansava de propor que a experimentação deve ter finalidade elevada, moral e interpretando um interesse geral. Aos seus olhos esse perigo necessitava ser enfatizado. Em “Depois da Morte” dedica todo um capítulo ao problema. Na obra “No Invisível”, lançada em 1901, oferece úteis anotações quanto a maneira de se operar a experimentação e a mais racional maneira de desenvolver-se a mediunidade.

Em “O Cristianismo e o Espiritismo” escreve:

“Para que o trigo germine é preciso a queda das nevascas e a triste incubação do inverno. Sopros poderosos virão dissipar os nevoeiros da ignorância e os miasmas da corrupção. As tempestades passarão, o céu azul tornará a se mostrar. A obra divina se revelará em uma eclosão nova. A fé renasce nas almas e o pensamento do Cristo irradiará de novo, mais cintilante, sobre o mundo regenerado”.

“O Gênio Céltico e o Mundo Invisível” coroa magistralmente a obra do mestre. Nele deparamos, colhidas ainda em 1925, múltiplas comunicações do próprio Allan Kardec e, por isso, nesse livro Denis reconhece, uma vez mais que sua obra é devida sobretudo à colaboração dos amigos espirituais.

“Foi – escreve – sob a instigação do espírito de Allan Kardec que eu realizei este trabalho. Nele se encontra uma série de mensagens que ele nos ditou por incorporação, em condições que excluem qualquer dúvida”.

Na publicação “France Active”, de janeiro de 1928, quase dois anos após o seu desencarne, um crítico se exprime, a respeito de “O Gênio Céltico” com as seguintes palavras:

“É um livro emocionante que se imporá mesmo à zombaria dos profanos e no qual, as mais vezes, pelo Espírito do próprio Allan Kardec, somos iniciados aos princípios que os druidas dirigiam já ao cepticismo dos homens. A unidade de Deus, a sobrevivência do ser sob forma fluídica, a evolução na escala infinita dos Mundos e a pluralidade das existências.

Em que esquina nos encontramos no caminho da Vida? Tenho a impressão de que o véu que esconde ainda as esferas espirituais, como nos escondia há alguns anos as ondas hertzianas, não vai tardar a romper-se. Um vento assoprará dos quatro cantos do mundo e dissipará as sombras, escreve o Eclesiastes.

O livro de Denis reconforta nossas impaciências, é simples, dessa prodigiosa simplicidade que só a articula o apóstolo e nos põe em contato com a luz secreta pela qual nossas almas serão revivificadas para sempre. Ele nos faz penetrar um pouco mas a frente na comunhão universal.”

Fonte: Anuário Espírita 1969.

Digitado por Helio.

O Progresso II


[...] Com o desfalecimento dos conceitos religiosos, que ficaram à margem do homem e da Ciência, o conhecimento de Deus permaneceu retido nas velhas afirmações dos "pais da Igreja", no passado, ou nos ensaios filosóficos, que se foram desvitalizando à medida que se sucediam os tempos.

Divorciada da indagação científica e arbitrariamente adversária da sistemática filosófica, a Religião fez-se dominadora cruel e impôs os seus postulados enquanto o homem se demorava na infância cultural.

Conquanto sedento de fé e de explicações para os inúmeros enigmas que lhe perturbavam as elucubrações, recebeu após o Cristianismo respostas prontas e a elas submeteu-se demoradamente.

À medida, porém, que os horizontes se descortinavam ampliados pelas revelações da pesquisa científica comprovada e da razão que lhe era concorde, afastou-se insensivelmente de Deus e da alma, deixando-se conduzir por novos métodos de análise, não obstante a aceitação tácita e plácida das teorias religiosas, com as quais se acomodava ética e socialmente, no concerto da comunidade em que se situava.

Herdeiro de si mesmo, pelas sucessivas reencarnações, conservou o sentimento de fé, porém, cresceu para outras considerações filosóficas e metafísicas, com o próprio desenvolvimento das conquistas novas e fascinantes.

Os fenômenos anímicos, que sempre estiveram presentes em todas as culturas dos tempos, fascinavam-no.

Proibido, no entanto, de cultivá-los, pelas imposições da fé arbitrária, arrefeceu-lhe o entusiasmo e supôs que os mesmos desapareceram com o suceder das Eras.

As belas e comovedoras histórias que antes o levavam às lágrimas, subitamente deixaram-no de sensibilizar, despertando, por fim, cansado de crer, mas necessitado de investigar.

Procurando os pugnadores da religião, encontrou-os ainda mais descrentes, mais atormentados, envergando a indumentária de conceitos cômodos, que, no entanto, não constituíam para eles, conforme supunha, base da existência espiritual.

Tornou-se, por essa razão, religioso na forma e ateu na realidade.

Cuidou da aparência e descurou da essência.

Arregimentou consolidação externa e desagregou-se interiormente.

A proclamação do novo dogma da "morte de Deus" não lhe causou qualquer surpresa.

Antes, pelo contrário, tranqüilizou-o, porque o libertou do esforço de manter-se aparentando a aceitação de todo um patrimônio que para ele se encontrava destituído de valor.

Desvelado e descomprometido com as prosaicas posições religiosas, atirou-se avidamente ao campo do gozo e agora se encontra semi-asfixiado no imenso vau do prazer, sob a anestesia do cansaço e da indiferença.

Deus, no entanto, hoje como outrora, não se encontra nas catedrais da religião: veio às ruas, adentrou o âmago das almas, avançou na direção dos sofrimentos, interpenetrou-se na alma universal.

Das galáxias reluzentes e consteladas aos vermes asquerosos, o espírito de Deus tudo vitaliza e a mecânica aflitiva das novas e engenhosas conquistas, ao impacto dos sucessos atuais, volta a inquirir ante a perfeição que depara em toda a parte: Quem? Quando? Como? Onde? E recebe somente uma resposta, que é a de sempre: Deus!
[...]

Léon Denis (De "Sol de Esperança", de Divaldo P. Franco - Diversos Espíritos)

REFORMADOR, FEVEREIRO, 1997

Psicicografias Léon Denis - O Progresso I


[...] O homem dominou a máquina e fez-se senhor da técnica; apesar disso, sofre, agora, as perspectivas angustiantes de um extermínio da vida, quando considera a poluição do ar, da água e o envenenamento das terras ribeirinhas, graças aos excessos de substâncias químicas e tóxicas, de inseticidas e a pressão terrível do "smog" que pairam sobre as cidades mais populosas do mundo, qual fantasma de aniquilamento próximo.

E não deixa de pensar nos "satélites espias" e nos super-foguetes com bombas de incalculável poder de destruição armadas nas ogivas, aguardando os disparos automáticos para qualquer emergência, enquanto redes de poderosos radares tentam, inutilmente, detectar inimigos de fora, em arremetidas de surpresa...


Espírito Léon Denis (em 9/8/1970)

(De "Sol de Esperança", de Divaldo P. Franco - Diversos Espíritos)


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